quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Amor proibido


Em uma noite escura,
vinha eu pela rua...
pensando, caminhando, sofrendo.
Quando de repente...
uma gota d'água tocou-me o rosto.
Deveras, parei!
Olhei ao meu redor
e não vi a chuva.
Ainda parado...
outra gota tocou-me!
Sem exitar, olhei para o céu,
e vi que as gostas caíam em um único lugar.
Atencioso, notei que eram lágrimas.
Lágrimas derramadas pela lua.
Procurei saber o motivo de seu pranto...
Amor! Amor! Amor!
Exclamou a lua estarrecida.
Fui condenada a um amor impossível...
disse-me sem receio.
Eu, justamente eu
que embalo tantos amores lindos.
Que abençôo com meu brilho
tantos casais apaixonados.
Estou condenada a amar separada.
Meu pranto molhou-te a face...
teu rosto brilhou... teus olhos sorriram...
e eu?
eu choro, choro todas as noites.
Você que me vê sempre linda,
junto às estrelas não conheces meu sofrimento.
Não sabes o quanto padeço,
o quanto sonho com o momento de reencontrar meu amado!
A noite caía enquanto conversávamos.
E ela, ela cada vez mais distante.
Enquanto o sol surgia por entre as montanhas,
ela dizia-me
este é meu maior castigo!
Sou obrigada a ver todos os dias,
o brilho de quem tanto amo e no entanto,
não posso tocá-lo.
Ela se foi!
O sol então surgiu.
Pus-me a falar:
olá majestade...
como está hoje?
Vou indo... sofrendo. Respondeu-me o sol.
Perguntei-lhe qual sua maior mágoa.
“O sol quando nasce, faz o maior espetáculo do mundo,
mas no entanto, a maioria de sua platéia continua dormindo!”
disse-me soluçando.
não foi isso que perguntei...
então retornei-lhe a pergunta
Amor! Puro e simples amor!
Disse o rei a brilhar.
Eu brilho para dar-te o meu calor, mas aquela que tanto amo,
vive sozinha na escuridão fria da noite.
Então você também a ama assim como ela te ama?
Sim, eu a amo em demasia.
Sinto a falta dela como você sente a minha falta em um dia frio.
Mas o destino brincou com nossos sentimentos.
Separou-nos por toda a eternidade.
E para aumentar ainda mais nossa dor, há um castigo.
Um castigo por nossa rebeldia no passado.
Uma vez. Só uma vez a cada cem anos nós nos encontramos,
e temos uns poucos segundos para nos amar.
O pranto rolou-me pelo rosto.
Minha emoção furtou-me o sorriso!
Deveras chorei ao ver tamanho sofrimento.
Ao ver um casal apaixonado, ocupar o mesmo espaço
e mesmo assim, jamais se encontrar.
O amor que me coroe o peito, tornou-se tédio.
Pus-me no lugar do rei...
senti solidão!
Pus-me no lugar da lua...
senti frio!
Como pode um amor sobreviver assim?
Eu me perguntava a todo instante.
Passei a ver a lua todas as noites.
Assim como ao sol, todos os dias.
Sonhando com o momento de seu encontro...
para cessar, nem que por poucos segundos, seu eterno sofrimento.
Perguntei ao sol o que ele sentia quando estava com sua amada...
Ele disse-me:
“NEVER IS A LONG TIME”!
“NUNCA É POR MUITO TEMPO”!
Nunca posso amá-la como quero.
Nunca tenho tempo de beijá-la e dizer-lhe o quanto a amo.
Sempre estamos tão perto e no entanto tão distantes.
Somos dois eternos apaixonados, condenados a amar separados por toda a eternidade!

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